quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Desastres


Em tempos que o veneno escorria pela sua boca através da sua voz rouca, refletida pelos ecos das suas mentiras. Cortando as ilusões percorridas nas veias. O que transcrevia deixava caído nas razões que chegaram a lugar nenhum. A intoxicação não deixaria que seu final fosse descoberto por menos do que simples escuridão. A coagulação era a mesma de quando desejava lembrar-se dos que rodavam sua cabeça, dos que completavam seus temores e tremores. Afundou em promessas que só conseguia dormir enquanto estava em solidão de sonolência. Talvez seus planos fossem para partir a dor que alguns estendiam para você.  Sobre você foi apenas tortura que o perdão jamais valeria, com um “tudo bem” em ter alguém confiável tendo seu melhor tempo ao seu lado. Você foi melhor que seus enganos? Melhor que seus gaguejos perturbadores a meia noite de um pesadelo? E se todos cometessem suas estupidezes pelo simples prazer de ver os outros perdidos? E se ao longo disso estivéssemos em um longo final que apenas queimaria naquele fogo que mantivemos com tanto pudor? Deixe que seus vidros cortem o que você um dia já teria destruído. Você pretendia uma loucura, um amor, uma chance, uma razão... Tudo que não passou de um nada, de ferimentos, de desastres. De novo foi cedido e talvez sua felicidade estivesse amargurada demais para continuar. Suas paredes não tinham mais o suor transpirado pelos suspiros que deixávamos sem nos importar. Dando a volta e assistindo de fora o que estava prestes a repetir por diversas vezes, aquele desastre, o mesmo desastre. Suas cartas estarão distribuídas por todo o seu julgamento naquele purgatório que tanto rendeu promessas divinas. Então diga agora que não sabe brincar com fogo. Aquela zona por quem seria o preferido, por quem estaria dançando em seu chão despedaçado de infelicidade. Sem rótulos para o que já estava perdido, e para o que seria abandonado. Essas palavras não servirão se não souber limpar o que anda derramando por trocas. Em um caminho com tantas portas a sua deveria ter sido a que nunca dominaria a chave. 

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