domingo, 15 de julho de 2012

Minutos de uma vida



À medida que o tempo vai passando, minha força ao seu lado vai aumentando. A cada passo dado, a cada lembrança vivida, a cada vitória e a cada partida. Das prioridades na vida, você esteve sempre no mais alto patamar. Cresci, construindo meu caminho com você. Destinos diferentes, desejos iguais. Os minutos passam, e o relógio irá parar no momento em que tivermos que deixar uma a outra. Se um dia a bateria acabar, eu irei até o inferno recarregar, mas jamais deixarei a nossa história de um fim participar. Ninguém sabe com quem está falando ao estar comigo, só você. Eu posso ter tentado manter minha força algumas vezes sem você, mas nada fui e nada serei. Se um dia sua felicidade acabar e não souber onde ou como encontra-la, eu estarei aqui, e lhe darei toda a minha se for preciso, não sei ser feliz sem poder ver seu sorriso. Tudo ficará bem, eu prometo. Por mais que eu não possa te ver, eu sei que está sempre aqui, e permanecerá. Nós temos mais do que um filme, mais do que uma música, mais do que qualquer pessoa teria, nós temos nossa vida, nós temos uma vida. Eu direi adeus um dia para morrer, mas do céu estarei, levando o ar até você, e te mantendo aquecida em qualquer inverno. Em tanto tempo é difícil falar qualquer coisa sem que lágrimas escorreguem pelo rosto. Nós temos toda a diversão, todo o amor em apenas um laço de irmãs. Perdoe-me se deixei alguma cicatriz em você ou se não fui capaz de fazê-la ficar bem depois de alguma decepção, perdoe-me por faltar quando alguma chuva inundou seu mundo. Dê-me mais uma chance, segure minha mão e não deixe que nesse novo caminho eu siga sozinha. Minha oração é feita por você, e meus pedidos são que seus sonhos estejam ao seu alcance. Lembre-se que você sempre vai ver a mesma lua que eu, em tempos diferentes, mas em um mesmo céu, em um mesmo coração. Sem você eu não seria nada do que sou, você não é responsável pela minha metade e sim por tudo que me completa. Eu disse que um dia a separação chegaria, mas prometi que não deixaria isso afogar o que existiu e o que guardei. Perdoe-me por partir, e por não estar mais com as mãos aqui para você em breve. Você sabe que o de novo existirá sempre pra nós, mas agora não temos para onde correr. Fique perto de mim, e faça disso mais uma história de nosso caminho. Será em seus braços que ficarei quando os anos passarem, será sempre em seus braços que me apoiarei. Faço das minhas lágrimas um sorriso seu para que disso eu nunca esqueça.  

Vilarejo


O sol caia enquanto a luz do luar se erguia. Em um fim de tarde agradável, bares levantavam suas portas, mesas postas, prontas para sua clientela sigilosa. Suas ruas alagadas faziam com que tudo ficasse mais úmido, o vento que batia nos rostos era leve e arrepiante. Luzes acesas vistas por fora de janelas, enquanto famílias permaneciam em suas casas esperando pela escuridão. Claridade em um vilarejo tão distante como todos que passaram por lá. Suas placas dos séculos passados, guardando recordações de escritores e pintores que ali estavam. Ruas de pedras, mas não a estrada de tijolos amarelos de OZ a ponto de leva-lo a onde precisava, apenas levava para onde mais desejava. As nuvens davam espaço às estrelas que ali iriam aparecer. A música começava a tocar, e o pianista mantinha todos ao seu redor a dançar. Homens com seus pincéis em busca de um rosto feminino capaz de esbanjar delicadeza e sensualidade. Alguns com tintas e papéis para seus sentimentos e histórias saírem em forma letras. Outros provocando os que estavam à beira de cometer pecados e cair em tentações. Todos estavam em seus lugares, com seus livros, telas, ou apenas com um copo de bebida na mão. Mas quem ali estava, buscava algo de diferente por aquele vilarejo, algo que só iria aparecer séculos mais tarde ou que tivesse aparecido séculos antes. Pintores e escritores permaneciam em seu próprio mundo, mas todos com visões de outras épocas.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pesado pesadelo



Em um mundo imaginário entrou, sem promessas de volta, seu espirito ficou. Monstros surgiam em sua mente, e anjos fugiam de seu tormento. Era um quarto escuro com duas pessoas meramente conhecidas, uma janela para decida, que mostrava cenas passadas para serem restauradas e revividas. Em segundos, imagens apagadas, passos derrotados, sapatos rasgados. As pessoas sumiram por baixo de lençóis, sem deixar vestígios de para onde partiram e se foram sós. Uma porta a ser aberta, um medo do desconhecido que habita o outro lado, e do que poderá ser encontrado. Ao abrir, pessoas amarradas surgiam, e para muitos seus caminhos não existiam. Almas desnorteadas, um labirinto em um manicômio, com uma fé e seu abandono. Mascarados e pintados aterrorizando quem se atrevesse a sair de seus quartos mofados. Correntes clichês, dignas de filmes antigos, bizarros e com ar de assustador medíocre. Todos com direções opostas, recordações imaginárias e levezas compostas. Entrara novamente em seu quarto, fugindo do escuro, por trás de escadas amaldiçoadas e destroçadas. Deitada na cama ficou, em seu próprio tempo parou, chorou por querer partir, até que alguém do seu lado ficou, pronta para ajuda-la a prosseguir. Podia gritar para ser acordada, sendo ouvida por quem estava do outro lado, gritava e gritava: “Acorda, acorda, já está tarde para quem esteve na cova”. Até que seus olhos abriram, e de volta em seu quarto seus pensamentos diminuíram, com travesseiros ao seu redor, e seu lençol enrolado com um nó. De seu pesado pesadelo saiu, e no além a sua porta de entrada surgiu.