terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mona Lisa


Ela se sentia presa como a Mona Lisa. As desculpas de um sorriso transformavam seus pesadelos em rotina. A transparência afastava sua estrada segura com paisagens surreais. Suas garrafas de whisky quebradas nas paredes rasgadas. Pecava em solidão com gritos abafados. Na frente as ruas eram escuras, e atrás nada era visto. Falavam que seu segredo estava no interior de seu olhar. Sua imagem significava discordância de idéias. Aparentava reflexos distintos. Sua boca costurada através de pincéis. Indentidade suspeita à beira da loucura. Passos largos em uma ponte que escrevia seu fim. Névoas transtornadas pela água. Sombras falsas e confundidas. Cordas com pontas acabadas. Vestidos atravessados com o calor. Plantas balançadas pelo eco que foi deixado. Branco iluminado pela escuridão. Certezas trocadas por quem não merecia tal alegria. Mensagens no ar desabrigado. Caminhos levados para a verdade invisível. Passagens de ida, sem pretensão de volta. Orgulho excessivo e cansativo. Luz por fora e ingratidão além do seu limite. Notícias derramadas em jornais excluídos. Força tranformada em dor e vingança. Confiança traída pelos seus iguais. Atos jamais utilizados. Planos ignorados. Obras donas de um mistério impossível. Reproduções valiosas para quem um dia acreditou.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Traição


É como uma ardência pelo corpo. Algo que é trasmitido através dos olhos, das mãos e das lágrimas que passam pelo rosto. A reação do organismo é imprevisível. O modo demonstrado é variado, de acordo com as profundas mentiras. É ilegal, um ato sujo, transmitindo derrota, solidão, decepção, pelos dois lados. Não basta um só amor para sentir, nem só um para uma traição. Amarrados e agarrados. Lábios jamais trabalhados igualmente. Cartas queimadas pelo fogo provocado desproporcionalmente. Vergonha arranhada nas costas. Ilustrações falsamente vistas. O caminho percorrido por ilusões. Brigas representadas por disparate. Uma relação apagada dos lençóis. Copos quebrados por depressões e intolerâncias. Mãos escorregadias como a água derramada. Distâncias guiadas por lados opostos. Canções escritas para o esquecimento exigido. Páginas que não deveriam ter sido abertas. Um herói perverso e mentiroso. O ocorrido lembrado a cada esquecimento. Um fim que poderá ser trágico e mortal. Um círculo vicioso que depois de fechado nunca mais é aberto. Perdão estimulando os erros que estão por vim. Uma nova paixão vinda de um"ex amor".

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Imaginário




Optar por fazer parte dessa loucura, viver sem medo de mostrar seu verdadeiro lado. Não importa a percepção dos outros sobre suas ações favoráveis. Sua música desenhada e sua pintura cantada. Fotos com um movimento que a dança guardou em recordações. Literatura numerada em cálculos que foram escritos por semelhantes. Estrada de tijolos amarelos com acompanhamento de personagens reais. É tarde para o relógio do outro mundo, e cedo para a corrida sem linha de chegada. A fantasia é real onde a realidade é imaginária. No fim do arco-íris um armário poderá levá-lo aos contos. Árvores carregadas por pequenos seres capazes de enfrentar uma guerra pela paz. Uma mala pode conter mais do que a capacidade dita. Liberdade para expressar o amor independente do exterior. Loucuras consideradas perca de tempo para loucos considerados controladores das horas. Uma grande cartola encarregada de eliminar más vibrações. Agradecimentos aos que partiram e aos que estão para chegar. Um lugar onde sua fada madrinha pode desfazer seus erros, e onde um príncipe pode te deixar encantada. Beijos que podem mudar muito mais que apenas um sapo. O caminho percorrido por sapatinhos vermelhos que levarão a qualquer lugar que desejar. Espaço fechado para fechaduras tão vazias. Correntes quebradas para trazer a felicidade necessária. Varinhas transformadoras de poções saudáveis. Satélites incapazes de definir marte. Um sol paralelo a vidas ainda não descobertas. Sonhos que saem do inferior da cama. Esperança implorada pelos mudos. Toda positividade é dada para quem é capaz de viver em um país das maravilhas imaginário.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Inferno


Um personagem fora do palco é uma atuação lamentável. Me julgar é muito mais fácil que admitir que os meus erros se encaixam nos seus. Você não lembra daquelas noites em que se perdia nas bebidas e nas drogas? Não lembra dos quartos em que esqueceu sua dignidade? Sua declaração é que aquelas luzes foram apagadas. Mas e sua família? Para ela não teve tanta mudança assim, não é mesmo? Era vista como ingênua, e agora como santinha. Sabe qual é a diferença? Agora você acha que a sua verdade é a certa. Passou pela sua cabeça alguma razão? Uma igreja com modos brutais é boa para o seu futuro? Perfeição não combina com castigo. Entende? Ou será que preciso lembrar das ruas cruzadas? É, meu bem, não venha me dizer que estou no caminho errado, ou que não terei perdão para os meus pecados, afinal, os meus são bem menores do que dos seus representantes. Você diz que traição é imperdoável, mas considero que em pensamento também tenha o mesmo significado. Ser puritana não é sinônimo de ser uma pessoa boa. Suas ações não foram queimadas como você acha que certas pessoas serão. Que se dane se é difícil para você manter uma linha que acha reta. Nenhuma reta é lisa e perfeita. Não seguir sua religião me levará para baixo? E suas maldades? Deixarão você entrar pela porta sagrada? Desculpa, mas vejo você no inferno.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Reflexos


Quantos reflexos uma pessoa é capaz de ter? Quantas formas de agir e reagir? Um espartilho pode mudar realmente sua aparência? E se o problema estiver dentro, e não fora? Seria possível ter dias inglórios? Obter com astúcia valerá? É necessário possuir um destino obscuro? Pela janela a imagem está refletida. Esconder não proíbe o aparecer. Enganar pode durar até achar. Pedidos sem fé, divididos entre o fogo. Liberação de um ser que jurava obedecer. Existe orgulho em tanto desprezo? Se não sabes o que acontecerá, ninguém irá contar. Planos podem ser apagados, rasgados e um dia até lembrados. Afinar não é o bastante para uma voz que já desafinou. Perder ou ganhar não tem mais tanta relevância. Olhos podem ignorar tais fotografias? Uma cor pode ser misturada e entregue em mãos livres? A beleza por fora não representa o pó que está no interior? Lei desobedecida e julgada pelos impróprios. Consumismo destruidor de futuros. Medo transparente em uma sombra negra. A mágia do encantamento está além do visível. Ao lado quadros exilados e recordados. Comentários patéticos e inexistentes. Traços bem feitos e almejados. Leitura complexa para quem não poderia enxergar. Espelhos refletem mais do que você pode imaginar. 


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SEXITUP



Quantas partes serão tiradas até que todos sintam o prazer necessário? Paladares significativos para missões desconhecidas na primeira viagem. Modos que não são repetidos em cada partida. Linha de chegada esperada mas nem sempre alcançada. Simples e duvidoso para os capazes de soletrar a noite passada. Perfume derramado na maciez da pele. Toques sem direções decoradas. Caminhos fáceis de serem encontrados, e difíceis de serem acordados. Melancolia presa nos que falham. Imorais dedicados aos lençois. Dados e velas usados para expandir o calor existente. Óleos escorregando entre os dedos ligados a excitação. Linhas arrebentadas pelo desejo momentâneo. O derretimento pelos lábios carnudos. A visão focada em pontos distorcidos. Entendimento sem dependência de palavras. Movimentos circulares podem alcançar o alvo voluntariamente. Libido intensa com instinto carnal. Arranhões sequestrados pela proibição do ato. Ansiedade exercitada por todos os sentidos. Pecado condenado sem força para ser recuado. Linguagens óbvias e claras ao levantar. Ciúmes despertando o poder amarrado. Evidências expostas a olho nú. Ligações rompidas e relacionadas automaticamente. Suor eliminado por sensações vibratórias. Experiência valendo um Grand Finale.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Pianista


Melodias clássicas em uma janela que apresentava apenas sombras. Olhos fixados no talento misterioso. Teclas suaves como o som. Solo de solidão esquecida por alguém. Curiosidades pelo ser representado atrás da luz. Composição noturna e serena. Seus segredos amarrados pelas cordas. Mensagens sinalizadas pela música. O escuro na parede iluminada. Um coração desiludido pelas portas fechadas e jamais abertas. Chance perdida por orgulho. Passado sem retorno para o fim. Uma lua sem brilho, negra. Sonhos sem valores para a realidade. Sentir sem tocar, amar sem existir. Uma continuação eterna em um túnel abandonado. O toque e a vida deixados pelo adeus. Lágrimas  eliminadas por remorso. Força apenas nos dedos deslizados pelo piano. Memórias marcadas e trancadas. Imagens destinadas para olhos fechados. Acreditar para poder ver o que pode ser perdido. Detalhes ignorados, que hoje são recordados. A magia de um carinho antigo, existente na alma. Um rumo abandonado com seu corpo. A saudade e a dor de um perdão não dito. Milhas percorridas para baixo. Querer sem poder recuperar os anos. Um pianista esquecido pelo tempo. Um perto tão longe de ser real. A verdade salva no espirito que ja foi levado. Segurar na hora de partir, é tarde demais.