quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Olhe pela janela


Por que essa barreira? Por que esses ponteiros pelo chão? Quando podíamos estar assistindo nossas pegadas, mas você, você nunca viverá aquilo novamente... Então olhe pela janela e lembre-se da sua vida, olhe pela janela e veja que não tem mais ninguém lá, olhe pela janela e de adeus às nuvens acinzentadas seguindo seu rumo atrás do sol. O céu estaria mais iluminado se pudesse ver sua mente e tudo que nela você quis esconder. Disse que estava tão distante, mas não pode ver que o que procurava estava dentro de você. Por que voltar e descer um degrau se estava tão próximo de subir para o melhor? Só distribuiu lágrimas para poder dizer adeus sem pronunciar. Implore, peça, mas nunca volte a trocar qualquer olhar por mais sincero que possa ser, depois de ter conseguido destruir quem mais pode amar você. Não posso esquecer amanhã, nem pensar em como você saiu por aquela porta sem desejar que alguém segurasse sua mão. Pode ir, ir para longe, para um lugar em que talvez te aceitem rodeado de farsas. Essa noite aquelas promessas estarão tentadas a desaparecer para sempre. Essa noite vamos lembra dos últimos dias que falamos do fim. Sua voz está indo embora com o eco das batidas que deu na porta... Está partindo como as malas que fez antes de cada viagem. Quando deixamos de sentir o que tocamos, significa que o toque se perdeu em outros sentimos. Seu rumo será feito se você puder sobreviver a cada perdão que sua boca não pode soletrar.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tempo ou Deus?


Podemos dizer que o tempo cura tudo, ou que o tempo fará com que o que deve partir, parta. Não conseguimos vê-lo mais sabemos que está lá, sentimos passando, mas não prestamos atenção e muitas vezes não o reconhecemos, nem damos a chance a nos mesmos de aproveita-lo. O tempo é algo curioso, algo que envolve mistério e duvidas. Falamos que com o tempo tudo ficará bem, tudo voltará a ser como queríamos. Argumentamos o quanto o tempo pode ser bom na nossa vida, para várias expectativas. Dialogamos sobre dúvidas em que o tempo possa ou não parar, não existir... Mas como haveria um mundo sem tempo? Como as coisas existiriam se não existisse algo para defini-las? Sim, tem um tempo bom por vir, um tempo glorioso, e talvez traga com ele fortunas que em tais pontos de vistas nem sejam merecedores. Não fortunas comuns, e sim fortunas divinas ou neutras. Temos o tempo do mundo, a força sobre nós.  Não podemos perder tempo, de um modo que nos esquecemos de agradecer o que é necessariamente desnecessário aos nossos olhos. Transferindo escuridão ou iluminação, depende de como desejamos vê-lo. Um modo certo e iluminado é preferencial, afinal o tempo não é, e nunca será castigador e mal intencionado. O tempo estará sempre presente, independente de notarmos sua luz, ou não.  Poderá apresentar chuvas, tempestades, que em seguida mostrarão como foram feitas para o melhoramento. Alguém já viu uma flor crescer sem ser regada? Ao longo do tempo sentimos que tudo está bem, que tudo não passou de um mal entendido ou de uma ilusão. Somos capazes de substituir o tempo por um nome capaz de milagres? Alguns chamam de “tempo”, eu chamo de Deus.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Apenas um adeus


Estive tão pra baixo esses dias, sentia medo pela pergunta que assombrava minha cabeça... “O que você quer de mim?”. Sem perdões, apenas corri para pedir, ”por favor, me dê um segundo da sua atenção”. Apenas percorri pelas sombras que vagavam atrás de mim. Olhando como você falava da minha doçura e de como iria sempre me proteger e ser a perfeição em que eu buscava tudo. Por mais que tentasse me segurar você sempre soube que minha vida seguiria. E hoje quero parar de cair por você. Caímos juntos enquanto eu pedia apenas que sentisse orgulho de mim. Tentei fazer de você meu herói e só consegui que lágrimas escorressem através de visões apavoradas. Sentia-me forte ao te segurar no colo pela água, mas você afundou. Aquela droga me faz lembrar as loucuras das nossas cabeças, você sempre esteve tão perto e agora parece apenas ser uma fumaça acinzentada. Se estivesse aqui como seria o amanhã? Eu tinha dificuldade para demonstrar qualquer amor, mas aquele abraço foi o mais sincero, acredite nisso. Seu jeito me fazia rir, e tentar dar o melhor de mim. Você dizia que tudo iria ficar bem, que fases ruins passavam, mas a única coisa que vejo é meus pés longe dos seus. Lembra-se de quando me carregava em uma cadeirinha? E dos passos largos que nós dávamos pela sala, como uma valsa? Lembra-se de como éramos parecidos? Queria voltar ao tempo que eu só chorava porque negava uma diversão, e não por ter perdido você. Cada brinquedo quebrou ao cair no chão, esmagados por um ódio que representava mais do que descendentes. E agora você se vai a cada dia, desaparecendo como se estivesse indo muito além do que vejo. Estive do seu lado em momentos que ninguém mais poderia ter tanto significado, mantive meus braços ao seu redor te protegendo de venenos e salivas tóxicas. Eu seria sempre a que dormiria com os anjos, principalmente aqueles que teriam o nosso sangue. Mesmo quem partiu sussurrou nos nossos ouvidos o quanto deveríamos ter voltado e entendido. O orgulho é algo que nos destrói enquanto falamos de decepções e deslizes. Despedacei como aqueles copos quebrados, como aquela mala feita por uma inocência restrita. Se um dia eu não conseguir me despedir, saiba que tudo que fiz foi para tentar te fazer sorrir. Não foi a falta de amor e sim a falta de perdão que fez com que nos perdêssemos nesse tempo em que a saudade é a única coisa que resta. Meu último pedido é que segure minha mão e dê mais uma volta comigo.