domingo, 15 de julho de 2012

Vilarejo


O sol caia enquanto a luz do luar se erguia. Em um fim de tarde agradável, bares levantavam suas portas, mesas postas, prontas para sua clientela sigilosa. Suas ruas alagadas faziam com que tudo ficasse mais úmido, o vento que batia nos rostos era leve e arrepiante. Luzes acesas vistas por fora de janelas, enquanto famílias permaneciam em suas casas esperando pela escuridão. Claridade em um vilarejo tão distante como todos que passaram por lá. Suas placas dos séculos passados, guardando recordações de escritores e pintores que ali estavam. Ruas de pedras, mas não a estrada de tijolos amarelos de OZ a ponto de leva-lo a onde precisava, apenas levava para onde mais desejava. As nuvens davam espaço às estrelas que ali iriam aparecer. A música começava a tocar, e o pianista mantinha todos ao seu redor a dançar. Homens com seus pincéis em busca de um rosto feminino capaz de esbanjar delicadeza e sensualidade. Alguns com tintas e papéis para seus sentimentos e histórias saírem em forma letras. Outros provocando os que estavam à beira de cometer pecados e cair em tentações. Todos estavam em seus lugares, com seus livros, telas, ou apenas com um copo de bebida na mão. Mas quem ali estava, buscava algo de diferente por aquele vilarejo, algo que só iria aparecer séculos mais tarde ou que tivesse aparecido séculos antes. Pintores e escritores permaneciam em seu próprio mundo, mas todos com visões de outras épocas.


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