O sol caia enquanto a luz do luar se erguia. Em um fim de
tarde agradável, bares levantavam suas portas, mesas postas, prontas para sua clientela
sigilosa. Suas ruas alagadas faziam com que tudo ficasse mais úmido, o vento
que batia nos rostos era leve e arrepiante. Luzes acesas vistas por fora de
janelas, enquanto famílias permaneciam em suas casas esperando pela escuridão.
Claridade em um vilarejo tão distante como todos que passaram por lá. Suas
placas dos séculos passados, guardando recordações de escritores e pintores que
ali estavam. Ruas de pedras, mas não a estrada de tijolos amarelos de OZ a ponto
de leva-lo a onde precisava, apenas levava para onde mais desejava. As nuvens
davam espaço às estrelas que ali iriam aparecer. A música começava a tocar, e o
pianista mantinha todos ao seu
redor a dançar. Homens com seus pincéis em
busca de um rosto feminino capaz de esbanjar delicadeza e sensualidade. Alguns
com tintas e papéis para seus sentimentos e histórias saírem em forma letras. Outros
provocando os que estavam à beira de cometer pecados e cair em tentações. Todos
estavam em seus lugares, com seus livros, telas, ou apenas com um copo de
bebida na mão. Mas quem ali estava, buscava algo de diferente por aquele
vilarejo, algo que só iria aparecer séculos mais tarde ou que tivesse aparecido
séculos antes. Pintores e escritores permaneciam em seu próprio mundo, mas
todos com visões de outras épocas.
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