segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Atração

Entrei naquela festa e senti que o clima ia esquentar. A batida da música movimentava meu corpo de acordo com seu ritmo. Todos me apresentavam para elas, eu quis resistir a toda aquela tentação, mas meu desejo falou mais alto. Fui com tudo em uma direção única e sem volta. A primeira passou por mim com aquele cheiro delicioso, implorando pela minha boca, e foi nela que aquela noite se tornou uma passagem só de ida para o que parecia ser maravilhoso, mas na verdade escondia sua verdadeira identidade debaixo de toda aquela alucinação. Fiquei com ela por várias noites, parecia que tudo acalmava quando estava ao lado dela, era como se eu estivesse deitado na areia da praia ouvindo o som que as ondas emitiam. Ela não estava sendo o bastante para mim depois de um certo tempo, comecei a necessitar de mais potência, foi ai que veio a segunda na minha vida. Essa era maravilhosa, a pele branquinha, e quando estava com ela, sentia uma sensação de poder, quanto mais me excitava, menos sono eu sentia. Estava tudo em perfeita combinação. O medo para mim? Não existia mais. Os dias iam indo embora, assim como elas, não abandonava por total, mas depois da branquinha, senti uma ardência por descanso, relaxamento. Ela já tinha durado por meses, não aguentava mais toda aquela pressão. Precisava me sentir no paraíso, e foi em direção a esse caminho que segui. Mesmo me levando para um reinado de paz, essa nova parecia me tornar mais agressivo, e foi ai que dei conta que só ela não ia me satisfazer, precisa de mais um. Foi então que rolou a primeira vez a dois, sim, isso mesmo, e posso dizer que foi uma sensação única, não conseguia parar. Enquanto ela entrava no meu corpo, ele fazia com que minha respiração ficasse mais ofegante. Quando estava sem ele, me sentia depressivo e com vontade de morrer. Cada vez mais ficava ao lado dele, aquele conforto que durava minutos me deixa em transe. Elas ficaram no passado daquelas noites de alegria, já ele, ah, ele não. Todo dia deitava ao meu lado fazendo com que meu corpo ficasse cada vez mais quente. Fome e sono? Há alguns meses meu estado físico não identificava essas palavras. Desmoronando, era esse o verdadeiro nome para o que ocorria. Não era só meu corpo que estava dependente, minha alma já estava presa à todas elas. Comecei a perceber que não era aquela atração inicial que elas transmitiam à mim e sim o meu vício por essas drogas.

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