Cansei de ouvir sobre a minha queda, daquela que me fez renunciar
tudo que um dia acreditei. Quantas vezes eu terei que voltar para o fazer crer em
mim de novo? Quantas vezes eu terei que me perder, e ver que as asas que caíram
sempre estiveram em mim? Eu não sou nenhum anjo, eu não me visto de branco, nem
estou em forma de proteção para os outros. Sempre andei entre espinhos, e com um irônico
sorriso desejando sua ida para o inferno. Sempre fui um veneno, e continuarei sendo para todos que tiverem a audácia de morder mais uma vez aquela maçã. Mas aqui estamos, separados outra
vez, pelo orgulho, pelo pecado, pela descrença, e pela ambição. E eu cairei
quantas vezes forem preciso, para provar que nem sempre o caminho certo é o
dele, e que nem sempre as coisas são como nos mostram em livros. A ironia da
escuridão nas veias, no sangue, e em tudo que é sagrado. O desrespeito, a
vulgaridade, e com isso tudo ainda ter a dignidade de realizar o que foi
pedido. Mais uma vez no chão estamos, e por baixo dele nos cobrimos do mal que
nos desejaram. A mudança da cor, da raça, do amor, da dor. A mudança de verde
para o branco, de branco para o preto, e de preto para o vermelho, colocando o que
bebemos por anos derramado em nossos braços. Tantas influências e controles sobre os
mais fracos. A fraqueza, ah, a fraqueza, aquela que faz o nosso desabamento
necessário, a que transforma nossa fé em perdições em quanto atravessamos a
colina acima. Das nuvens eu vim, do fogo ressurgi, de cima eu cai, e de baixo
eu me ergui. Mas hoje, eu não sou nenhum anjo.
Interessante... A presente demoníaca sacralidade em: "Sempre fui um veneno, e continuarei sendo para todos que tiverem a audácia de morder mais uma vez aquela maçã." ...
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