domingo, 18 de agosto de 2013

Âncora


Em apenas um lugar que possa ser chamado de meu, e um amor que possa ser guardado ao seu. Uma voz guardada para eu chamar de minha, sonhos e tudo que eu pensei que já tinha. Quando descobrimos que a distância é maior do que podemos alcançar, ou quando vemos aquelas pessoas indo embora com tudo que deveria ter se realizado em nossas mãos. Dando um passo para trás pra saber onde eu me perdi, onde eu cometi tantos erros que seriam a reflexão do que sinto agora. O que eu vejo? Meus olhos estão embaçados pela chuva que eu criei. Queria entender mais do que ter apenas pequenas razões para desabar. Eu me lembro de quando segurei sua mão e você prometeu me guiar, mas agora só consigo enxergar seus passos se distanciando, com a minha âncora em seus ombros, me deixando pela sua fechadura. Eu desejaria ver o céu como eu via antes, com todas aquelas estrelas capazes de me mostrar o que foi escrito nas minhas linhas tortas. Ao som do mar poder tocar em um piano como se fosse a última vez que tivesse aquela visão, a última vez que tivesse aquela música nos meus dedos. Em seu olhar ver meu reflexo, e meu orgulho sendo quebrado em um espelho. E com tudo enterrar o que me fez mal, junto com os anjos que abriram as asas para me colocarem em seus braços. Mais uma vez sentir o que é divino a me proteger, e o que é maligno se afastar do meu alcance. Com todo aquele ódio derramado nas minhas lágrimas, eu queria ter tido o dom do perdão. Eu deveria ter arrependimento em cima de toda a carga que carreguei, e então ter o amor de volta para poder manter sua presença perto de mim, junto com todos os meus sonhos que um dia foram amassados e abraçados. E hoje, por mais que eu tente me equilibrar, minha força é em vão. Finjo esquecer e deixar com que tudo que eu acreditava volte a me guiar, mas sua porta nunca foi fechada para eu poder realmente dizer adeus.

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