Em apenas um lugar que possa ser chamado de meu, e um amor
que possa ser guardado ao seu. Uma voz guardada para eu chamar de minha, sonhos
e tudo que eu pensei que já tinha. Quando descobrimos que a distância é maior
do que podemos alcançar, ou quando vemos aquelas pessoas indo embora com tudo
que deveria ter se realizado em nossas mãos. Dando um passo para trás pra saber
onde eu me perdi, onde eu cometi tantos erros que seriam a reflexão do que
sinto agora. O que eu vejo? Meus olhos estão embaçados pela chuva que eu criei.
Queria entender mais do que ter apenas pequenas razões para desabar. Eu me
lembro de quando segurei sua mão e você prometeu me guiar, mas agora só consigo
enxergar seus passos se distanciando, com a minha âncora em seus ombros, me
deixando pela sua fechadura. Eu desejaria ver o céu como eu via antes, com
todas aquelas estrelas capazes de me mostrar o que foi escrito nas minhas
linhas tortas. Ao som do mar poder tocar em um piano como se fosse a última vez
que tivesse aquela visão, a última vez que tivesse aquela música nos meus dedos.
Em seu olhar ver meu reflexo, e meu orgulho sendo quebrado em um espelho. E com
tudo enterrar o que me fez mal, junto com os anjos que abriram as asas para me
colocarem em seus braços. Mais uma vez sentir o que é divino a me proteger, e o
que é maligno se afastar do meu alcance. Com todo aquele ódio derramado nas
minhas lágrimas, eu queria ter tido o dom do perdão. Eu deveria ter
arrependimento em cima de toda a carga que carreguei, e então ter o amor de
volta para poder manter sua presença perto de mim, junto com todos os meus
sonhos que um dia foram amassados e abraçados. E hoje, por mais que eu tente me
equilibrar, minha força é em vão. Finjo esquecer e deixar com que tudo que eu
acreditava volte a me guiar, mas sua porta nunca foi fechada para eu poder
realmente dizer adeus.
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