terça-feira, 9 de agosto de 2011

Inferno


Um personagem fora do palco é uma atuação lamentável. Me julgar é muito mais fácil que admitir que os meus erros se encaixam nos seus. Você não lembra daquelas noites em que se perdia nas bebidas e nas drogas? Não lembra dos quartos em que esqueceu sua dignidade? Sua declaração é que aquelas luzes foram apagadas. Mas e sua família? Para ela não teve tanta mudança assim, não é mesmo? Era vista como ingênua, e agora como santinha. Sabe qual é a diferença? Agora você acha que a sua verdade é a certa. Passou pela sua cabeça alguma razão? Uma igreja com modos brutais é boa para o seu futuro? Perfeição não combina com castigo. Entende? Ou será que preciso lembrar das ruas cruzadas? É, meu bem, não venha me dizer que estou no caminho errado, ou que não terei perdão para os meus pecados, afinal, os meus são bem menores do que dos seus representantes. Você diz que traição é imperdoável, mas considero que em pensamento também tenha o mesmo significado. Ser puritana não é sinônimo de ser uma pessoa boa. Suas ações não foram queimadas como você acha que certas pessoas serão. Que se dane se é difícil para você manter uma linha que acha reta. Nenhuma reta é lisa e perfeita. Não seguir sua religião me levará para baixo? E suas maldades? Deixarão você entrar pela porta sagrada? Desculpa, mas vejo você no inferno.

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