terça-feira, 29 de março de 2011

Casa 231



As folhas soavam ruidos sinistros na batida do vento, as janelas batiam, e a névoa escurecia tudo em volta da velha casa no fim da rua. Era a curiosidade dos jovens, e o medo das crianças. Ninguém sabia o que tinha lá dentro, mas todos já ouviram as histórias. Assombrada, esse era o nome dado pela população daquela cidadezinha localizada na Escócia. Em noites de Halloween era comum a visita pelas redondezas, mas atitude e atrevimento de pisar naquele terreno não era visto. O pavor estava escondido dentro de cada um, seja novo ou velho. Como todos os anos, aquele mês de outubro estava repleto de folhas caidas no chão, o outono reinava. A estação fazia com que tudo parecesse mais assustador do que o normal. Doces eram pedidos de porta em porta, fantasias vestidas e sorrisos infantis refletindo a pouca luz que restava nas ruas. O costume foi seguido, e grupos fitavam a casa abandonada, seus olhos ardentes de imaginações. Barulhos eram escutados, ventos cortavam os rostos ali presentes. Presenças eram passadas de um por um. Tudo que avistaram além do nevoeiro, foram vultos por dentro da casa, e um único homem, em pé na frente da porta. Uma corrida tinha começado, o desespero para chegar em casa tomava conta do corpo daqueles adolescentes. Já sentados em volta de uma mesa, apenas com um vela acesa no centro, as histórias de fantasmas começaram a surgir. Um grito agudo saiu da garganta branca de uma das garotas, ao olharem para trás, viram o mesmo homem que estava na casa, segurando um machado, e com um olhar tão maligno, quanto a sua moradia, a Casa 231. 

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